
- Faz tanto tempo que eu não sei dele.
- Por que você não liga pra ele e simplesmente pergunta como ele está?
- Você ligaria pra uma pessoa que você nem tem certeza se ainda lembra de você?
- Do que você tem medo? Dele não se lembrar ou dele se lembrar e ainda assim não se interessar em falar com você?
- Alguém conseguiria escolher entre o esquecimento e a rejeição? Eu não conseguiria. Por isso acho melhor não ligar.
- E a sua curiosidade?
- Alguns dias ela parece inexistente. Acho que me acostumei com a saudade. De vez em quando ele se intensifica, e parece tomar uma intensidade que nem eu mesma imaginava, mas do mesmo jeito que veio, passa.
- Eu invejo você!
- Por que? Por sentir saudade?
- Não, pela sua força.
- Eu não sou forte, eu posso parecer forte. É muito mais determinação. Eu fiz um acordo comigo mesma, e não vou quebrá-lo.
- Sente falta dele?
- Muita falta. Lembro dele todos os dias. Das conversas, das piadas, da risada, da verdade que eu via nos olhos dele. Sinto falta da presença, da voz dele chamando o meu nome. E sinto falta do abraço. O abraço dele era um abraço sincero, verdadeiro e amigo.
- Te admiro.
- Por me manter fiel?
- Sim.
- Voltar atrás seria me trair. Seria esvaziar o meu discurso. Perderia a credibilidade comigo.
- Mas você não está sendo orgulhosa
- Seria se não estivesse seguindo consciente do que eu quero. Seria irresponsável se estivesse batendo os pés somente por bater, sem considerar o antes e o agora. Eu tenho a consciência de que nada pode acontecer.
- Mas o que você sente por ele afinal?
-Amor! Um amor que preenche todo o meu coração, mas que também é uma falha na comunicação. Essa falha entre o desejar de um e o compreender do outro. É disse que eu sinto mais falta.
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